O exorbitante feminicídio em meio a pandemia
Ao
pararmos para observar a figura feminina numa análise sincrônica, é notório que
a mulher foi e infelizmente ainda é vista, por muitos homens como um ser
inferior a eles, é a partir deste histórico agressivo enraizado na sociedade
que surge a violência contra a mulher e também o feminicídio, cuja definição trata-se
de uma mulher ser assassinada pelo simples fato de ser mulher, tendo como
principais motivos: raiva, desprezo ou quando começam a sentir que não possuem
mais controle sobre elas, e isso se agravou em taxas alarmantes em meio a
pandemia. Cabe-nos a reflexão, “o que deve ser feito para que as mulheres não sofram
ou até mesmo percam suas vidas por causa dessas ações retrogradas?”.
Com
a pandemia, foi necessário que a maioria das pessoas ficassem em casa, para não
transmitir a covid-19, isso resultou consideravelmente no aumento dos casos de
feminicídio, segundo Samira Bueno, diretora-executiva do Fórum Brasileiro de
Segurança Pública, a pandemia aumentou a violência doméstica e feminicídio,
porque as mulheres que viviam em fragilidade passaram a ficar mais tempo com
seus agressores, seja por passarem a trabalhar remotamente ou por terem perdido
seus trabalhos. O G1 mostrou que o Brasil teve 1.890 homicídios dolosos de
mulheres no primeiro semestre de 2020, o que dá uma alta de 2% em relação ao
mesmo período de 2019 e, do total, 631 foram feminicídios sendo o acre com
maior alta (167%) e maior índice (1,8 a cada 100 mil).
Para
combater o feminicídio, diversas ações foram tomadas em outros países para
diminuir esses crimes, como por exemplo, na França, onde as denúncias podem ser
feitas via internet, com um sistema que as vítimas conversam diretamente com os
policiais e possui um botão para que o site feche caso a vítima entre em
perigo, já nas farmácias, caso seja dito uma senha, é ativado um sistema de
segurança contra violência doméstica, e o governo paga hotéis para as mulheres
ficarem. Essa situação é completamente diferente no Brasil, onde pouco é feito
para a segurança da mulher, apesar da taxa anual de feminicídios ser 74% maior
do que outros países. As delegacias de alguns estados são 24 horas abertas para
a denúncia, e em São Paulo foi criado as Patrulhas Maria da Penha, que monitora
mulheres vítimas de violência doméstica, porém é necessário fazer mais, considerando
que os números infelizmente ainda são gritantes.
Tendo
como base os argumentos apresentados, é urgente que medidas sejam tomadas com o
objetivo de diminuir os casos de feminicídios, para isto, é preciso que o
governo se mobilize para atuar nesta problemática, seja na liberação de verba, criando
lugares seguros para elas ficarem após a denúncia da violência doméstica, ou tornando
a lei Maria da Penha mais rígida, conseguindo de fato impedir que a própria
violência aconteça, outra medida que também as ajudaria seria espalhar as
Patrulhas Marias da Penha por todo o Brasil, oferecendo mais segurança a todas
as mulheres.
Produzido por:
Igor da Silva
Marcos Leandro
Alunos do 9° ano Matutino FAC - Colégio e Curso
Orientação: Prof. Bruno Nascimento da Silva
Disciplina: Língua Portuguesa e Redação
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