As criançãs

         

     Quando criança sempre gostei de brincar em cantos apertados e escuros. E é assim que me sinto em minha casa, sinto o aroma de infância pelo ar. Meu marido John veio morar comigo recentemente, a vizinhança sempre pasma ao passarmos, nos olham estranho e fecham as portas e janelas. "Do que eles tem tanto medo?" Meu marido me perguntou certa vez, e eu nada disse.

    Com as coisas dele ainda em caixas, o ajudei a abri-las e organizá-las no nosso quarto. Em um certo momento falei que iria preparar o almoço, e lá ele ficou.

    - Que estranho - Ouvi meu marido dizer enquanto eu saira do quarto - Essa já está aberta, e cadê o resto das roupas dessa caixa? - De canto dei um leve sorriso e comecei a andar.

    Quando o almoço ficou pronto, chamei meu marido.

   - Querido, o almoço está servido. - Logo após chamá-lo ele desceu as escadas como uma criança faminta. Enquanto comíamos, conversavamos:

    - O que você acha de filhos, querido? - Perguntei a Jonh entusiasmada.

    - Acho um desperdício de tempo e dinheiro - Respondeu ele irritado.

    - Acho o mesmo. - Menti descaradamente, sabendo que ele aprenderia a gostar.

    No meio da noite acordei, pois ouvia um tipo de arrastado pesado se aproximando de minha porta. Quando a abri me deparei com meu amigo, marido e brinquedo, ele estava sangrando após uma forte pancada na cabeça, então falei:

    - Crianças, disse para não brincarem na madrugada, está tarde. - Falei olhando para as crianças da parede, agora de pé em minha frente. 

    Desculpe mamãe. - Falaram e voltaram para a parede.


Autora: Alice Soares. 9º A - Fac

Professor: Bruno Nascimento




        

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