MINHA GENTE
Minha gente tem fome
Meu povo quer atenção
Terra onde não se come
Onde falta o meu pão
Chega a ser irreal
Minha gente passa mal
Vive de ossos do chão
Minha gente quer recursos
Nesta terra de pobreza
Meu povo não quer discurso
Nem levar essa tristeza
Apenas por um momento
Todos nesse sofrimento
Torna-se falsa pobreza
Ninguém sabe de onde ela vem
Nem sua cor, nem seu cheiro
Sei que força ela tem
Sei que traz desolação
Pro meu povo, pro meu chão
Nunca há um prato cheio
Todo o dia tinha pranto
Mas nunca um prato cheio
Na mesa um prato branco
Rosto de anseio
Anseio e esperança
Minha gente quer mudança
Querem viver receio
Percebi, olhando bem
Que ela sempre tá lá
Num prato de alguém
Na mais famosa favela
Na boca de menino
No lugar mais ressequido
Fica aonde vê lugar.
Ela tá numa avenida no casebre, na mansão
Na modelo desnutrida
Tá na casa do ladrão´
Está nos seus olhos cegos
Dentro do bolso do terno
No bucho da multidão.
Minha gente tem fome
Meu povo quer atenção
Terra onde não se come
Onde falta o meu pão
Chega a ser irreal
Minha gente passa mal
Vive de ossos do chão
Minha gente não aguento
Mais abaixar a cabeça
E ver terra sedenta
Esperar que ela desfaleça
olhando o tempo passar
Meu povo quer chorar
Vendo se a morte chega
Ela é oportunista
Fruto da corrupção
Do coração egoísta
Do que nega uma mão
Vi na maldade do homem
No ego que consome
Na sua ingratidão
Ainda é necessário
Trabalhar a empatia
Que o ganho do salário
Não separe a família
Mas que se reúna a mesa
Ver que a maior riqueza
É ter uma boa vida.
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